Maioria dos medicamentos suspensos sem "substitutos"
"Não é, por isso, aceitável ou tolerável o corte do fornecimento dos referidos medicamentos, que condicionará necessariamente a suspensão dos tratamentos indispensáveis a muitos deles", refere a Ordem dos Médicos (OM).
Considera ainda que "não é recomendável concentrar exclusivamente nos seis maiores hospitais poupados a este corte todos os tratamentos" actualmente em curso no país.
"Não apenas porque isso obrigaria os doentes a deslocações desnecessárias para fora dos locais em que são tratados e dos seus respectivos médicos assistentes, muito onerosas para o erário público pelo aumento dos custos inerentes ao transporte desses doentes, como pela inexistência de capacidade logística nesses hospitais para acolher todos os doentes", diz a OM.
A Ordem dos Médicos sublinha que uma grande parte das sessões de tratamento de quimioterapia sistémica é realizada fora desses seis hospitais e que a capacidade actual [destas unidades] está praticamente alocada aos doentes a seu cargo.
Em consequência, a Ordem dos Médicos diz que "não pode concordar nem aceitar soluções de recurso, mais onerosas para o Estado - despesa adicional a que Portugal não pode fazer face no momento presente - e que penalizam os doentes e as suas famílias desnecessariamente".
A terminar, recomenda que seja encontrada "rapidamente uma solução estável e coerente" pelo Ministério da Saúde que não implique restrições de qualquer tipo ao acesso de todos os doentes aos tratamentos de que "vitalmente necessitem".
A Roche suspendeu hoje o crédito a 23 hospitais com dívidas, mas o Ministério da Saúde, que lamentou esta decisão, garantiu que não haverá qualquer interrupção de tratamentos atuais e futuros no Serviço Nacional de Saúde (SNS).